vai¹ com medo mesmo!!!! - #ed2
- du

- 17 de mar.
- 5 min de leitura
Atualizado: 26 de ago.
às vezes é muito difícil fazer algo, por mais simples que seja, simplesmente pelo fato dos medos que sentimos...
medo de ser ignorada(o), medo de ser ridicularizada(o), medo de não ser compreendida(o), medo de não ser aceita(o), medo de não conseguir alcançar o almejado, medo de perder a oportunidade com algo insuficiente, medo de ser visto apenas pelo erro que cometemos, ou até mesmo medo de sentir medo no processo....
quem se encontra assim, por vezes pensa: "eu queria ser corajosa(o) e não medrosa(o)".....
mas aí que se encontra o problema, não nos foi ensinado a compreender, aceitar e lidar com nossos medos....
♦ coragem não é ausência de medo ♦
primeiramente, precisamos entender que ter coragem não é a oposição a ter medo... os medos fazem parte da jornada de todos nós e, quando se colocam à nossa frente, refletem em duas possíveis atitudes, confrontá-lo (coragem) ou afastá-lo, como fuga, evitando-o (covardia)... ou seja, como já refletia aristóteles, o oposto de coragem é a covardia, não o medo…
é como funciona o nosso mecanismo biológico de luta e fuga.... tendemos a lutar as lutas que nos julgamos preparadas(os) para vencer e fugir daquelas que julgamos que sairemos derrotadas(os), como um instinto primitivo de sobrevivência.....
pense naquela sensação de aperto no peito quando você precisa falar em público, ou na vontade de sair correndo quando se depara com um cachorro enorme na rua.....
♦ a fuga: estratégia ou armadilha??? ♦
porém a fuga, em si, não é negativa....
ela, quando uma das possibilidades corajosas de lidar com o medo, também nos protege de perigos reais e nos permite reorganizar nossas forças para enfrentar os desafios quando estivermos mais preparadas(os)....
imagine um animal sendo perseguido por um predador; a fuga é essencial para sua sobrevivência......
entretanto, quando a fuga se torna a única resposta aos nossos medos, ela pode nos impedir de crescer e evoluir.......
se evitarmos todas as situações que nos causam medo, como falar em público, nos candidatar a um novo emprego ou iniciar um relacionamento, podemos perder oportunidades valiosas e nos aprisionarmos em um contexto tão limitante quanto a covardia de nem lutar nem ter a coragem de fugir....
lembrando, o oposto de coragem é a covardia, não o medo...
o medo sempre se apresentará mas cabe a nós enfrentá-lo da melhor forma possível...
claro que enfrentar requer preparo, requer armas, ferramentas, técnicas, apoio, aliados e tudo o que for possível e necessário e, mesmo assim algumas batalhas serão ganhas e outras não, mas o medo só será vencido se o enfrentarmos...
♦ o medo como sinal: uma visão estoica ♦
mas e se olharmos para o medo não apenas como um inimigo a ser vencido, mas como um aliado na jornada da vida????
epicteto, em seus ensinamentos sobre estoicismo, defendia que a maior parte do nosso sofrimento vem não dos eventos em si, mas da nossa interpretação deles... o medo, nesse sentido, pode ser visto como um sinal de alerta, um chamado à cautela e à prevenção.....
isso significa reconhecer o medo que se sente, buscar preparações, exercícios, pensamentos, etc... encontrar apoio em amigos, familiares, profissionais de psicologia e psiquiatria… para lidar com o medo, seja para enfrentá-lo ou para transformá-lo em um aliado....
podemos recorrer à técnicas de respiração para acalmar a ansiedade, à meditação para aquietar a mente, à terapia para compreender suas raízes, ou mesmo buscar suporte emocional..... a terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, pode ser uma ferramenta poderosa para lidar com medos que não se baseiam na realidade, ajudando-nos a identificar e modificar pensamentos distorcidos......
inclusive, a clareza da realidade é outra arma importante no combate ao medo…
muitas vezes, nossos medos são amplificados por pensamentos catastróficos e distorcidos.... questionar a validade dos nossos medos, analisando-os racionalmente, pode nos ajudar a diminuir sua intensidade e a enxergar as situações com mais objetividade...
♦ a superação pelo medo ♦
nietzsche, por sua vez, explorava a superação do medo como um caminho para a autodescoberta e a afirmação da vontade individual......
para ele, quando nos permitimos confrontar nossos medos, rompemos as correntes que nos prendem a crenças limitantes e abrimos caminho para a expressão autêntica do nosso ser…
no entanto, essa superação não se trata de negar o medo, mas de compreendê-lo e integrá-lo à nossa experiência, utilizando-o como um motor para o crescimento pessoal….
♦ o aprendizado no erro ♦
por isso se algo que lhe amedronta, ergue-se perante a você em sua vida, enfrente-o, vá¹ com medo mesmo...
e se tudo que fizer der errado, que você tenha errado com gosto e, assim, aprendido mais, sobre o que funciona ou não para derrotar de vez seu medo.....
mas entenda, derrotar o medo não acabará com ele, apenas o fará funcionar como deve, como um agente indutor de cautela, de zelo com tudo o que se faz, para que esteja preparada(o) para as adversidades da vida...
a jornada para lidar com seus medos e expectativas poderá se revelar como uma viagem intrincada pelas camadas mais profundas da psique humana....
é um processo que nos confronta com as raízes de nossos receios, muitas vezes arraigados por experiências passadas ou até pelas vozes que ecoam de expectativas alheias....
vale lembrar que o medo, embora possa parecer um obstáculo intransponível, é muitas vezes um mestre sábio, um guia para nos alertar sobre perigos reais ou imaginários....
a arte está, então, em compreender esse sentimento, abraçá-lo como um aliado na jornada de autodescoberta....
como acontece nas telas de pintores expressionistas como munch, onde o medo se manifesta em cores vibrantes e distorções, expressando a angústia existencial.....
na literatura, onde encontramos personagens memoráveis que encaram seus medos, como o capitão ahab de moby dick ou frodo em "o senhor dos anéis"...
no entretenimento como em “coragem o cão covarde”, ou em tantas outras mídias onde o medo e a coragem também ecoam a arte, refletindo a complexidade da experiência humana.....
♦ o convite final: encare seus medos ♦
portanto enfatizo, a coragem não é ausência de medo, mas sim a habilidade de avançar, mesmo em meio às incertezas e aos receios.... afinal, a única coisa a temer é o próprio medo (roosevelt, franklin d.)
sabendo que, mesmo com toda a preparação, algumas batalhas serão ganhas e outras não, mas o medo só será vencido se o enfrentarmos....
é como a(o) guerreira(o) que marcha para a batalha, não desprovida(o) de temor, mas munida(o) de determinação para enfrentar o desconhecido......
experimente anotar um ou vários medos que lhe afligem e comece a pensar como você pode se preparar para enfrentá-lo, se for necessário encontre ajuda apropriada...
até a próxima!!!
e aí? pronto para encarar seus medos????
compartilhe suas experiências nos comentários...
sua opinião é importante....
quer mergulhar em outras reflexões profundas???
no último texto, exploramos o universo das "verdades absolutas".....
vale a pena conferir!... [leia aqui]
♦♦♦ ensaios novos toda segunda ♦♦♦
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"...revela..."
¹ a conjugação correta do verbo ir nesse caso é "vá", pois o texto a todo memonto trata a(o) leitora(or) como você, sendo "vai" (a conugação para tu) uma liberdade poética, que, nesse caso, tem maior conexão com o português do dia-a-dia.





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