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erre com gosto!!! - #ed3

  • Foto do escritor: du
    du
  • 24 de mar.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 26 de ago.


o que vale mais, acertar algo no "chute" ou errar com convicção das escolhas feitas???




♦ a sociedade da perfeição ♦


freqüentemente ouvimos a frase "errar é humano", por vezes esta é seguida por "mas permanecer no erro é burrice", mas quase nunca dedicamos tempo a aprender a errar e aprender com o erro....


vivemos em um mundo de exaustivas cobranças, necessitando sermos obedientes, educados, preparados, dedicados, corretos, coerentes, asseados, polidos, etc. etc. etc.....


não há espaço para falhas... ora, mas se "errar é humano", não há, assim, espaço para o sê-lo e, quando minimamente teimamos em ser humanos, somos repreendidos e punidos...


isso, inclusive, pode ser uma justificativa válida para a realidade tão desumana que vivemos....


então, nada mais justo, que nos debruçarmos sobre erro, aprender a errar e errar com gosto, pois a melhor forma de saber o que funciona é saber tudo que não funciona e deve ser evitado...




♦ aprender a errar ♦


é como se reconhecessemos o "direito ao erro" como algo fundamental para o desenvolvimento humano.....


assim como uma criança precisa cair para aprender a andar, nós precisamos errar para aprender a viver…


negar esse direito é sufocar a criatividade, a ousadia e o próprio espírito de descoberta.....


imagine, por exemplo, se picasso tivesse temido o “erro” e se limitado às técnicas tradicionais de pintura..... jamais teria revolucionado o mundo da arte com suas formas geométricas e perspectivas fragmentadas….


o cubismo, movimento que transformou a maneira como vemos o mundo, e seu impacto na pintura, rompendo com as regras “corretas” estabelecidas da época, nunca teria nascido...


na música, o "erro" também se revela como fonte de criação..... miles davis, um dos maiores nomes do jazz, incentivava seus músicos a improvisar, a explorar novas sonoridades, sem medo de errar.....


essa liberdade criativa deu origem a momentos mágicos e inesperados, transformando cada apresentação em uma experiência única e irrepetível….


o próprio conceito de "nota errada" é relativo..... em sistemas musicais como o microtonalismo, notas que seriam consideradas "erradas" na música ocidental ganham novos significados e beleza, expandindo os limites da harmonia e da melodia......




♦ aprendizado e não punição ♦


então como podemos criar espaços, físicos e sociais, onde o erro seja visto não como um fracasso, mas como uma oportunidade de aprendizado???


em vez de punir o erro, devemos incentivar a experimentação, a curiosidade e o pensamento crítico… o erro, nesse contexto, se torna um aliado no processo de construção do conhecimento, ajudando a desenvolver a autonomia, a resiliência e a confiança nas próprias capacidades.....


o nosso presente é repleto de decisões e escolhas, e fazê-las é necessário, implicando, assim, em decidir sobre o que abriremos mão e em que confiaremos para prosseguir, pois toda escolha é um processo de perda das outras possibilidades.....


talvez por isso lamentamos tanto pelo erro de ter escolhido algo que não supra as nossas necessidades, pensando que outra alternativa fosse capaz de saciar ou resolver o problema em questão...




♦ a importância da convicção (mesmo no erro) ♦


mas o erro não é uma perda, é apenas uma conseqüência possível do agir, e assim como no acerto, ao aprender um caminho, as questões que devem ser tratadas, então, são a causa, a escolha, a reflexão sobre esta e o resultado dela...


"se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve", esta frase de lewis carroll, dita pelo gato cheshire à alice na obra alice no país das maravilhas, é um argumento muito interessante para este nosso processo...


ao nos depararmos com a necessidade de escolha, seja ela qual for, precisamos saber pra onde estamos indo para assim basear nossa decisão...


reduza suas hipóteses a apenas duas neste momento, como forma de exercício, ao caminhar em uma estrada em busca de uma casa, por exemplo, chegando a uma bifurcação, onde se apresentam dois caminhos...


mesmo não sabendo qual é o correto, precisará escolher para que possa continuar a caminhar rumo a seu destino, mas se esta escolha for feita sem critério algum, “no chute”, mesmo que se alcance a casa que era desejada, o sucesso será um acaso, pura sorte, e nada será aprendido e apreendido com a jornada...


se, em outra ocasião da vida, você se encontrar na mesma bifurcação, buscando a mesma casa, muito provável, não se lembrará a escolha feita, por ter sido esta sem critério...


isso tudo, pensando que o sucesso da jornada foi condicionado a apenas uma escolha reduzida a somente duas alternativas...


podemos adensar este exemplo, colocando no percurso três momentos de escolha, com três alternativas cada (seguir em frente, virar a direita ou virar a esquerda) e assim já reduzimos a probabilidade de acerto de um caminho escolhido, que antes era de 50% para 3,7%, pois existirão 27 pontos de chegada diferentes...


neste caso, mesmo que as escolhas levem a um fracasso, ter convicção do que foi escolhido significa que um caminho que não leva ao resultado pretendido foi aprendido e não será repetido...


da mesma maneira, se você "chuta" uma resposta em uma questão de múltipla escolha e acerta, este fato em nada te prepara para acertar novamente a mesma questão, nem evita que possa repetir um erro, caso seu "chute" não tenha sido na alternativa correta....




♦ o aprendizado consciente ♦


ou seja, é melhor que se erre com convicções que te levem a uma opção específica e, assim, se aprenda qual caminho não repetir...


por isso a afirmação "erre com gosto", título deste texto.... acredite e embase sua escolha, mesmo que as convicções escolhidas te levem ao erro, para que possa aprender independente do resultado......


se não aprender um caminho para o sucesso, pelo menos, que se conheça um caminho que leve ao fracasso que não será repetido.....


portanto, erro ou acerto não deveriam importar num processo de aprendizagem, pois os dois, se alcançados com consciência das escolhas que levaram a tal resultado, contribuem para o conhecimento...




♦ encarando nossos erros (e os dos outros) ♦


agora aquelas nossas inquietações...


quantas vezes você não se viu decepcionada(o) com um fracasso, sendo que este também é uma forma de engrandecer seu conhecimento???


como tem se portado frente aos erros de pessoas que o cercam? você tem ajudado estas pessoas a observarem o que aprenderam com este erro????


e quantas vezes você hesitou fazer algo, com receio do resultado, quando a real conquista é aprender????






agora repito, o que vale mais, acertar algo no "chute" ou errar com convicção das escolhas feitas???


compartilhe suas experiências nos comentários...


sua opinião é importante....




quer mergulhar em outras reflexões profundas???


no último texto, exploramos as minúncias do "medo".....


vale a pena conferir!... [leia aqui]




♦♦♦ ensaios novos toda segunda ♦♦♦


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um caminho chega a uma bifurcação com três opções para seguir, cada um em outra com mais três e novamente, resultando em 27 oções de ponntos de chegada, sendo que há um "x" vermelho em 26 das opções e um "v" verde em apenas um, simbolizando que apenas uma resposta é a certa e há mais possibilidade de erros do que de acertos

"...mais..."

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