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pais e filhos..... e compreensão - #dd25

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    du
  • 11 de ago.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 13 de ago.


em nossa jornada anterior, mergulhamos no emaranhado de expectativas que moldam nossa trajetória... desde a mais tenra infância, somos nutridas(os) por promessas e histórias que inevitavelmente nos legam uma carga de imposições e ideais...


foi um exercício complexo discernir entre as expectativas que nos impulsionam ao crescimento e aquelas que nos enredam em ciclos de insegurança...


a teia familiar, com suas projeções e silêncios, se mostrou um labirinto onde o amor e o medo muitas vezes se confundem....


agora, o convite é para darmos o próximo passo: como encontrar a saída desse labirinto????


a chave reside na compreensão mútua, um alicerce que se mostra essencial para evitar que as expectativas se transformem em muros intransponíveis... é uma jornada de duas mãos, onde cada parte precisa se mover em direção à outra.....




♦ a falácia do manual de instrução ♦


a idéia de que existe uma forma 'correta' de ser mãe, pai ou filha(o) é uma das maiores expectativas que pesam sobre essa relação... como você bem observa no dia-a-dia, ninguém recebe um manual.... a poetisa adrienne rich, em sua obra “nascidas de mulher”, desafiou a noção romântica e idealizada da maternidade, mostrando que ela é, na verdade, uma experiência complexa, política e, muitas vezes, solitária.....


o silêncio sobre as dificuldades da criação é um fator que agrava essa pressão...


a sociedade, em geral, espera que mães e pais sejam super-heróis, perfeitos e oniscientes, e que os filhos sejam a prova viva desse sucesso...


o filósofo alain de botton, em “o curso do amor”, explora a idéia de que o amor real não é um romance de cinema, mas sim um processo árduo de negociação, perdão e aceitação da imperfeição...... essa visão é especialmente relevante para a dinâmica familiar, onde o amor é posto à prova diariamente...


é vital compreender que os criadores também são seres humanos, com seus próprios medos, traumas e expectativas não realizadas....


seus anseios pelos filhos são, muitas vezes, uma tentativa de reparar suas próprias feridas, de lhes dar o que não tiveram...


a psicóloga brené brown, novamente, nos lembra que a empatia é a melhor resposta à vergonha... quando pais e filhos se permitem ser vulneráveis e imperfeitos, abrem um caminho para a aceitação e o diálogo, desarmando o peso da perfeição...




♦ a ponte da comunicação: um encontro de realidades ♦


a compreensão, portanto, começa com o reconhecimento de que cada indivíduo é um universo particular, com uma realidade forjada por experiências únicas... o que é 'melhor' para uma(m) pode não ser para outra(o)...


a escritora elena ferrante, em sua série napolitana, explora com maestria a complexidade das relações entre mães e filhas, mostrando como a lingüagem pode ser uma barreira ou uma ponte...


a falta de comunicação aberta sobre os desejos, medos e decepções é o que leva a uma vida de desencontros, onde cada uma vive em seu próprio mundo, sem entender de verdade o que se passa na mente da outra.....


a comunicação é a ponte que permite um encontro de realidades...... é o espaço onde pais podem expressar o porquê de suas expectativas — "eu queria que você estudasse música porque meu pai me proibiu" — e filhos podem articular suas próprias visões — "eu aprecio seu sonho, mas minha paixão é a matemática"..... essa troca não é fácil, exige escuta ativa, paciência e a capacidade de suspender o julgamento....


o cineasta hayao miyazaki, em filmes como “a viagem de chihiro”, cria mundos complexos onde a compreensão e o diálogo entre diferentes gerações são temas centrais.....


a protagonista chihiro precisa entender o mundo dos espíritos para salvar seus pais, e essa jornada é uma metáfora para a necessidade dos filhos de se aprofundarem na realidade de seus criadores para construir sua própria identidade....


a compreensão mútua não significa concordância plena.....


não é sobre os pais aceitarem cegamente as escolhas dos filhos ou vice-versa... é sobre respeitar as diferenças, sabendo que o amor e o apoio podem existir mesmo em meio a caminhos divergentes......


a frase “os pais e os filhos, a gente não escolhe” ganha um novo significado aqui: não escolhemos a relação, mas escolhemos a forma como a cultivamos...




♦ construindo o tecido da empatia: além do ideal, a aceitação ♦

assim, a jornada de pais e filhos é um tecido em constante construção, onde cada fio de compreensão fortalece a trama...


esse processo é um convite à empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro e de tentar enxergar o mundo com seus olhos, mesmo que a visão seja completamente diferente...

o psicanalista d.w. winnicott, além de sua famosa frase, nos ensinou que a criança precisa de um ambiente acolhedor para se desenvolver, mas que esse ambiente não precisa ser perfeito....... ele nos mostrou que a imperfeição é humana e que a capacidade de tolerar a frustração e de lidar com a realidade é parte essencial do crescimento...

o filósofo friedrich nietzsche falava sobre o "eterno retorno", a idéia de que deveríamos viver cada momento como se fôssemos revivê-lo para sempre....


se pais e filhos pudessem viver sua relação com essa consciência, talvez o peso das expectativas diminuísse.....


o que faríamos se soubéssemos que teríamos que reviver essa conversa difícil, esse momento de julgamento, essa falta de empatia, repetidas vezes???


provavelmente, buscaríamos o caminho da compreensão e do respeito...

a banda de rock legião urbana, na canção “pais e filhos”, canta sobre a impossibilidade de entender a morte de uma filha... "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã"... essa linha, embora trate de uma tragédia, ecoa a necessidade de valorizar a compreensão e a conexão no presente, pois o futuro é incerto.....

no final das contas, o "melhor" é um caleidoscópio de possibilidades..... cada um tem o seu... e a beleza da vida reside justamente nessa diversidade.....


a compreensão é a chave que nos permite navegar por esse caleidoscópio, apreciando as cores e as formas do outro, sem tentar forçá-las a se encaixar em nosso próprio padrão...

que possamos, então, buscar a compreensão como um ato de amor e coragem... um ato de reconhecer que o outro, seja pai, mãe, filha ou filho, é um ser humano complexo, com sua própria história e seu próprio caminho.....


somente assim, o labirinto das expectativas pode se transformar em um jardim de afeto e conexão...


no mais, até mais!!!




espalhe estas inquietações para outras(os) e até a próxima verdade absoluta!!!!



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sua opinião é importante....



quer mergulhar em outras reflexões profundas???


no último ensaio é um "irmão" deste e fala sobre expectativas.....


vale a pena conferir!... [leia aqui]


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